terça-feira, 18 de março de 2014

Tenho 30 anos. Casada há 8 anos, em um relacionamento que apesar de todos os percalços da vida, me completa e me faz feliz - na maioria das vezes. Sinto que falta algo, sinto um vazio entre nós, sinto que existe uma espécie de cobrança no ar, pois sei que o problema está em mim.

Ele nunca me acusou ou culpou de nada, mas EU sei que o problema existe, eu sei que lá no fundo existe tal cobrança. Não o culpo, ele sempre quis ser pai, sonha com isso e consigo ver em seus olhos a dor quando vemos um casal com um bebê. Ele será um excelente pai, tenho certeza.

Trabalhamos muito, abdicamos de nossa família muitas vezes em prol do profissional, mas neste ano tomei a decisão de priorizar a maternidade, até porque com a idade avançando, o meu sonho vai sendo dificultado...

São tantas coisas a serem ditas, tantos momentos, tantos sentimentos, que tentarei ir postando aos pouquinhos a minha vida e a minha luta. Tenho certeza que muitas irão se identificar comigo e com o momento que estou vivendo. E que venham junto...

Não uso anticoncepcionais há 4 anos e até hoje não consegui engravidar. Tenho a infelicidade de ser portadora da SINDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS - SOP, desde os meus 13 anos. Nunca tive menstruação regular, nunca sabia quando ovulava, e sempre tive os problemas atrelados a esta síndrome: espinhas, pelos, obesidade, triglicerídeos altos, amenorréia, etc. Quando somos novas, adolescentes ou no início da fase adulta, a maior preocupação são as espinhas e problemas de pele. Na idade adulta e pós casamento, a infertilidade.

Sim, esta palavra forte, INFERTILIDADE. A primeira vez que a escutei chorei como uma criança. Ela é forte e magoa quando assumimos que temos este problema. Que não somos como as outras mulheres, que não teremos o processo natural de engravidar como a maioria delas. Que somos diferentes e que o nosso caminho será um pouquinho mais longo...

Fator este que nos atinge de todas as formas. Somos cobradas na sociedade, na família, e no relacionamento. E no maior e mais íntimo dos lugares: em nosso coração. Naquele lugar bem escondido que só nós conhecemos.

É fato: Toda mulher que não consegue ter filhos, se sente um vaso seco. Uma terra sem adubo. Um ser oco. Um ser diferente dos demais. Não se sente mulher por completo. Mas graças a Deus hoje a medicina é avançada a ponto de nos ajudar. E que Deus, em sua infinita misericórdia, conhece nosso coração e nos ouve atendendo aos nossos pedidos ou conformando os nossos corações.

Antes de buscar qualquer tratamento ou alternativa, busque dentro de você a força necessária.

beijos!

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